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sábado, 28 de maio de 2011

Uma historia de amor e odio.


Estou ha alguns dias tentando fazer uma carta para expor os motivos pelos quais nao mais retornei ao trabalho na policia civil do ceara, depois da licenca de 2008.
Fico remexendo minhas gavetas internas, procurando os reais motivos fora das fronteiras da minha alma, uma vez que tudo que dizer tera que ser provado,... e provado para os juristas que imagino serem, burucratas e treinados para seguirem sempre os mesmos parametros, tem que ser um papel escrito e assinado por alguem que vai se responsabilizar pela informacao.
O grande segredo do burocrata: TRANSFERIR RESPONSABILIDADES, tando acendentente como descendente, verticalmente, horizontalmente, ou procurar um BODE EXPIATORIO, alguem que vai PAGAR O PATO!
Como explicar entao que estava e ainda estou doente, doente na alma, nos sentimentos?
Como explicar entao que nao suportava mais a carga de cobranca do ministerio publico por prazos, uma vez que a justica, juizes e promotoes e secretarios sao os primeiros a nao cumprirem prazos. Como explicar que me revoltei com a falta de apoio profissional por parte da instituicao. Como explicar que nao tolerava mais ver os policiais reclamarem do salario somente para ganhar algum por fora, pedindo comicoes para agilizar procedimentos, e depois transferindo a responsabilidade dos atrazos para mim? Claro eu era a chefe idiota que nao participava das propinas... e nem poderia configurar nenhuma punicao, pois a quem recorrer se o cancer esta generalizado?
Como explicar que enlouqueci, como explicar que estava em panico, que veladamente estavva sendo ameacada, pois nao concordava com atos que via colegas, superiores e subalternos discaradamente, costumeiramente a praticar como algo tao normal!
Como explicar que tive medo, entrei em panico, senti-me insegura de continuar vivendo rodeada de pessoas falsas, onde nao existe amizade alem da quantia que se pode pagar por ela?
Como explicar que fugi, eu me senti exatamente assim, fugindo de uma sociedade, de uma instituicao que amei com todas as forcas e que se mostrou tao futil, tao venal, tao falsa ... ?
Como escrever que ainda estou doente, que dos 21 sintomas da sindrome de Burnout, apresentava 19 ao sair do brasil?
Como explicar que ainda apresento algumas e estou em tratamento medico pelas doencas sintomaticas, apresentadas em consequencia deste esgotamento profissional.
Como explicar que fiquei doente por que acreditava nas leis e na justica do meu pais?
Como explicar que adoeci por que eu constatei que ser policial nao passa de um emprego, um cargo com direito a aposentadoria, onde voce pode ganhar mais do que salarios e portar legalmente uma arma, para se impor socialmente?
Como explicar que nao foi para pertencer a esse grupo de entrei na corporacao, que trabalhei 28 anos, e depois de tudo, ainda ser considerada como a grande maioria?
Realmente eu nao sei como escrever esta carta de defesa. Eu fugi do meu cargo. Eu fugi da instituicao policial como o diabo foge da cruz para poder sobreviver... para poder pensar um pouco... para nao morrer!
E muitos colegas morreram logo depois que viajei.
Por que nao voltei?
Por medo. por inseguranca, por falta de informacao, por ter sido traida, enganada em quem cofiava.
Quando me vi sem amigos e sem dinheiro, sem esperanca e sem ter para onde voltar... nem como voltar ao meu pais, tenho ainda que me defender?

NAO ABANDONEI MEU CARGO, OS PROFISSIONAIS ESTAO ABANDONADOS, EM SEUS BIROS; EM SUAS DELEGACIAS. Alem de cobracas, qual o elogio que recebem ao cumprirem seu trabalho? NENHUM! So fizeram sua OBRIGACAO.

Consequencia desse pensamento de quase escravidao é o ditado corrente no meio: O ESTADO FINGE QUE ME PAGA( e esse paga inclui o todo resto) E EU FINJO QUE TRABALHO!

Eu levei muito a serio meu trabalho: consequencia: Esgotamento total!

Nao sei fazer uma carta de defesa politicamente correta.

Nao aprendi a mentir... ludibriar... enganar... e se for isso que tenho que escrever, prefiro seguir a revelia. Nao importa.

Nao serao os DOUTOS PROCURADORES que iram entender o que se passa dentro de minha alma, nos meus sentimentos, pois nao esta posto na letra morta da lei.
Estou viva!




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