Paginas da Solidao
Sentimentos extraidos do vazio de um coracao cansado de viver.
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
Minha gratidao
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
Planos para o 53. ano! - amadurecendo a empresa
Meus planos para o 53. ano!
Estou mais consciente de todos os passos que dei durante esses 52 anos de vida.
Fiz as pazes comigo, aceitei os erros e estou aprendendo com eles.
Hoje estou com muito sono, mas estou me sentindo leve.
Deixei no passado o que passou e as vezes sorrio daquelas lembrancas que antes me torturavam como erro. Deletei muitas magoas.
Acabei me descobrindo uma maquina de trabalho, que quando nao estou trabalhando tenho um sono miseravel. É como desligar a maquina. Desligando a maquina, so me resta dormir…
Ai esta meu grande desafio deste novo ano. Nao trabalhar e deixar a maquina ligada, aproveitando o tempo livre, sem pressa, sem dor na consciencia de nada estar fazendo.
Senti isso uma vez quando sentei e decidi tomar uma cerveja as 10 da manha, quando voltava do mercado. Foram momentos maravilhosos comigo mesma quando me senti inteira.
Quero mudar a sintonia e vou mudar de programa. Vou aprender a sorrir e a brincar novamente liberando a alegria de ser quem eu sou: uma crianca.
Vou deixar as preocupacoes com o tempo para quando realmente forem necessarias, mas no cotidiano largarei mao do estresse. Quando tiver que correr, vou correr. Quando nao precisar, vou andar bem devagar.
Estou me respeitando e colocando meus limites. Quero respeitar meus LIMITES, bem abaixo dos meus verdadeiros limites... deixando um espaco para alguma necessidade apenas.
Estou cuidando da minha vida.
Estou cuidando de mim.
Estou me amando cada dia mais e me aceitando como sou. Aceitar me nao que dizer que vou ser imutavel. Vou mudar naquilo que eu achar necessario e importante para mim.
Acho que isso se chama realmente liberdade. Liberdade para comigo mesma.
Nao quero planejar o que fazer... farei o que tiver que fazer... quero planejar COMO fazer, e PORQUE fazer! Isso eu quero deixar bem claro, pois conheco a minha capacidade de concretizar os meus ideiais.
Parece presuncao, mas nao é; é auto conhecimento e respeito. Porque fazer algo que nao quero realmente somente para me auto afirmar no grupo? Se nao estiver prejudicando nada nem ninguem, entao vou me agradar.
Se nao for imoral ou ilegal, vou me agradar. Nao preciso de aplauso, eu aprendi a me aplaudir.
Eu me amo; fa-clube é igual a puxa-saco! E amizade verdadeira esta em outro plano.
Eu me respeito; farei tudo para me manter respeitavel para mim mesma.
Eu criei meu codigo de conduta e etica. Sou o termometro e decido se quero mais quente, mais frio, morno.
Entao, sao esses o meus objetivos para meu 53. ano de vida.
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Hoje
Hoje nao posso mais nada.
Hoje ate a esperanca morreu.
Hoje pode nao ter amanha.
Hoje eu sei quem sou
Hoje posso nada
Hoje a esperanca morreu
Hoje pode ter amanha...
So que nao quero mais ver o amanha...
Eu estou desistindo.,.. nao quero mais lutar
Cansei
Estou me dando por vencida
E o que tem reconhecer a incapacidade? Estou sendo muito corajosa para isso.
Eu estou cuidando de mim.
Eu estou me amando.
Eu parei de me cobrar.
eu sou apenas eu.
sexta-feira, 29 de julho de 2011
Minha Pequena Crianca
o que voce esta fazendo ai, debaixo desta escada escura?
- estou conversando com um anjo. Ele me entende como ninguem. Eu estou sempre sozinha, nao tem outras criancas com quem possa brincar, entao, para nao deixar minha tia nervosa eu fico aqui, queita, e o anjo vem conversar comigo. A gente passa horas brincando e fico sonhando... que tem muitas outras criancas brincando comigo...
fico aqui ate minha tia sentir falta de mim e sair pela casa me chamando, achando que estou aprontando alguma coisa. Entao, sem que ninguem perceba eu saio do meu esconderijo e me apresento para que ela me diga que esta na hora de comer alguma coisa, que vou comer mesmo sem fome... tenho medo dos seus olhos, eles faiscam, eles me impoe um vontade que nao é minha.
entao eu como e ela fica feliz e me deixa em paz. Eu converso com meu anjo e ele diz que eu tenha paciencia, que um dia tudo vai mudar.
ai chega meu tio e tenho que desaparecer novamente. Ele esta cansado e precisa dormir um pouco. Eu devo ficar em silencico para nao perturbar seu sono.
Vou para o meu quarto e fico la deitada tambem, olhando para o teto pois nao tenho sono... levanto devagar... aprendi a andar sem fazer barulho. Aprendi a desaparecer!
Tenho sonho de ganhar uma bicicleta no natal, mas isso nao aconteceu; meu pai morreu logo depois do natal... foi muito duro aquele natal de 1969. Eu perdi toda esperanca de ser levada pelo meu pai para a casa grande, onde eu podia brincar e onde existem outras criancas.
Vou continuar no meu canto, com meu anjo. Ele vai crescer e vamos mudar as brincadeiras...
Mas eu continuo desaparecendo de todos os lugares. Eu continuo me escondendo das pessoas, para nao incomodar.
Amizades, nenhuma serve para mim, segundo a avaliacao da minha tia, que fica aos gritos dentro de casa menosprezando minhas escolhas e para nao me envergonhar diante das amizades novas, eu as descarto, e volto para minha prisao, ao lado da tia, e vou crescendo...
Na escola tenho uma amiga, que logo desaparece ao termino do ano escolar e volto para a prisao.
Passo as ferias dentro de casa, procuro ler livros que nao existem.
Tenho obrigacao de ler cartas, documentos, processos, diario oficial,... sou a leitora oficial de tios analfabetos. Afinal eles estao se sacrificando para pagar meu colegio, e o minimo que posso fazer por gratidao é ler o que lhes interessa. Eles nao tem dinheiro para comprar outros livros pra mim, e os da escola, minha prima traz das editoras, todos respoondidos, pois sao livros do professor... e me criam problemas na escola, pois eu nao posso usa-los.
Roupas,... estas sao engracadas... usadas ou sao pequenas ou sao grandes. Eu me lembro de uma grande briga entre minha tia e meu pai por causa de um sapato para o colegio, que minha tia queria que meu pai pagasse. Eu nao sabia as condicoes de meu pai, e fiquei com pena dele e com raiva ao mesmo tempo. Ele comecou a tossir... escarrar... ficou nervoso e logo fomos embora.
Aquela raiva de meu pai foi sendo paulatinamente alimentada pela raiva transferida pelos meus tios. Eles estavam me criando com tanto sacrificio! E meu pai estava "nadando" em dinheiro... mas como? Ele estava doente e nao podia trabalhar.
Decidi desaparecer novamente.
Entrei para os livros. Assidua frequentadora da biblioteca do colegio, lia tudo que podia durante o intervalo das aulas... afinal eu nao tinha dinheiro para a merenda mesmo.
E tinha que agradecer muito estar estudando em um colegio particular, apesar da farda ser a mesma tres anos seguidos e aquele sapato que o papai me deu eu usei ate meus dedos ficarem dormentes dentro dele, pois meu pe cresceu e o sapato nao, para desespero total de minha tia.
Se hoje estou revelando todas estas coisas e sentimentos é so para que eles saiam de dentro de mim. Eu quero viver livre desse peso, dessas magoas, pois apesar de tudo nunca tive raiva de minha tia e sempre desejei para ela toda feliciadade possivel, assim como cuidei dela com carinho, mesmo nas horas mais estranhas. Relevei muitas coisas que depois eu conto.
Vou voltar para debaixo da escada e desaparecer.
Ate a proxima vez.
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Lembrancas da minha infancia
From: franziwagner45@hotmail.com
To: franziwagner45@hotmail.com
Subject: Lembrancas da minha infancia
Date: Thu, 28 Jul 2011 09:40:18 +0300
Estava lendo o horoscopo que me vem pelo correio eletronico e descobri um anuncio: descubra sua crianca interior. E a pergunta:
Quais as lembrancas que voce tem do seu tempo de infancia?
Como tenho bastante tempo diante de um computador e nao estou absolutamente interessada em sair daqui agora, vou me recordar,...
A lembranca mais instantanea que tenho é do medo que sentia de meu tio e de minha tia: eu tinha medo de respirar perto deles. Eu andava
pela casa sem fazer barulho, para nao incomodar ninguem. Eu brincava sem fazer barulho, para nao dar noticias da minha presenca...
Eu so falava se me perguntassem algo, e se eu falava ou perguntava alguma coisa a resposta era sempre a mesma: crianca nao sabe de nada
ou isso nao é assunto para voce.
Desde muito cedo, meu tio sempre me dizia: vai pegar um livro e ler... vai estudar... (minha tia) ja fez a tarefa da escola,... esta na hora de merendar,
tomar banho, dormir...
minha opiniao nada valia e eu tinha que ficar ali parada, queita, nao podia brincar com as outras criancas, para nao sujar a roupa, tinha que ser - isto impoe OBRIGACAO -
comportada, calada eu estava errada, meu tio sempre tinha razao, minha prima me bateria se eu contasse algo para minha mae, minha tia me proibia de dizer para
o meu tio que eu tinha apanhado dela... e quando meu tio chegava eu tinha que ter gratidao pelo fato deles estarem me criando, pois minha familia havia me rejeitado.
Eu era a orfa rejeitada, que estava sendo criada de favor pelos tios, que tinha dever de gratidao eterna por eles, e devia me comportar como uma dama de 40 anos e nao como uma crianca de 4,5,6,7,8,9,... estudar para ser gente, pois so com uma formatura eu seria GENTE! Devia arrumar um marido RICO para cuidar de mim e um bom EMPREGO - coisas incompativeis...
So existiam tres profissoes: Advogado, Medico e Engenheiro. E a minha ja estava escolhida aos 10 anos de idade: Advogada para ser delegada de policia. (...)
Fui ate o fim... tirei primeiro lugar no curso de DELEGADA DE POLICIA e ali decidi so ir andando feito zumbi pelo resto da vida, pois tinha um peso para levar nas costas:
minha tia abandonada pelo marido, que dependia de mim... eu era a unica familia que havia restado...
E ate hoje minha prima ainda pensa que eu fui culpada pelo seu abandono... eu fui a culpada de tudo... eu fui sempre a culpada de tudo...
........
sexta-feira, 15 de julho de 2011
Como esta voce?
Como voce está? Faz tempo que nao tenho noticias suas e ate esqueci que ronovar os lacos é mandar dizer que ainda estou aqui, sobrevivendo...
Amiga, sinto muitas saudades de nossas tardes, ao por do sol, quando a gente sentava e conversava, ou simplesmente admirava o espetaculo entre luzes e sombras... que delicia!
Lembro quanto a gente sorria junto, de qualquer besteira, de alguma piada ou simplesmente do dia, levando nada a serio o bastante... sorrindo apenas dos desencontros, dos erros, das marmotas que a gente via pela estrada, dos fatos inusitados e corriqueiros, do onibus lotado, da corrida para subir e ficar pendurada na porta brigando com os outros para se apertarem para que a gente pudesse entrar e chegar em casa ... e ainda tinha aquele cara grandao que segurava a porta e brigava com o cobrador, com o motorista que teimava em fechar a porta... e ele la, nos protegendo de uma queda fatal, salvando nossas vidas. Seu nome... sei la. Sempre era alguem jovem, grande... nem sempre bonito, mas tinha uma voz possante. Um trabalhador, suado, cansado, mas forte o bastante para ficar ali ate o motorista desistir, o restante do povo se apertar mais um pouco e a gente conseguir galgar o primeiro degrau, com um sentimento de conquista de campeonato nacional!
Amiga, a gente sorria daquela situacao.
Que saldade de voce! Onde voce anda?
Lembro que depois da faculdade, comecou a trabalhar e comprou um carro. ADEUS onibus lotado... foi trocado pela solidao do engarrafamento. O calor, pelo frio do ar condicionado, e o barulho das buzinadas, pela musica favorita... maravilha.
Vi voce outro dia, no engarrafamento de sempre, preocupada, vidro fechado, cara fechada, ... e ... Voce ainda sorri?
A gente sonha em ganhar a vida, um emprego, um salario melhor, e ... vai ficando pra tras a liberdade, o sorriso, a despreocupacao e a esperanca!
Conseguiu fazer o Caminho de Santiago de Compostela e montou aquela biblioteca publica para fissurados em leitura? - aquela de troca-troca, um livro por um livro...
adeus!