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sexta-feira, 1 de abril de 2011

Meu querido fantasma.



Em muitas ocasioes um banco vazio poderia significar um lugar para descansar. Hoje este banco sou eu, vazio, a espera, aguardando alguem para compartilhar meu colo, minha seguranca, meu abrigo...
Um banco, apenas um banco, de madeira envernizada, com pes e armacao de ferro, registindo as intemperies do clima e do tempo. Um banco sozinho, numa ruela qualquer da vida.
Como é monotona a vida de um banco abandonado.
Se eu estivesse numa praca movimentada, cheia de pessoas; num belo parque... aí sim. Iria haver competicao por mim. Eu seria visto como um trofeu, para um corpo cansado do divertimento de caminhar.
Sentariam e ficariam conversando.
Eu iria compartilhar desta coversa animada e me animaria tambem, pelo simples fato de ouvir... sorrisos, historias, fofocas, problemas, crises conjugais, situacoes das mais inusitadas...
Compartilhariam comigo seus segredos, contados ali baixinho e somente eu ouviria.  Entretando nao existe nada mais confiavel que um banco de praca, de jardim, de parque. Ele nao vai espalhar para mais ninguem as confidencias que ouviu por que foi escolhido para o descanso dos pes e nao da lingua.
E da boca sai o que se passa no coracao e na mente das pessoas.
Um banco é apenas um banco. Ele guarda, recolhe e esta ali, disponivel. Ele guarda dados, dinheiro e segredos.
Minha conta corrente no banco da vida esta meio estagnada.
Nao tenho segredos para depositar. Nao tenho novidades para anunciar. Nao tenho vontades para manifestar...
E assim o banco vai ficando esquecido.

Num parque qualquer, numa rua qualquer.

E um leitor qualquer podera ate nao entender.

Meu querido fantasma, meu amigo de banco, que esta sempre ali comigo...

Eu mesma.

Eu sou o banco e o seu usuario.

Eu sou a rua e o parque.

Eu sou apenas eu.

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